Todos nós somos ou precisamos, na maioria das vezes, ser egoístas para priorizar a nós mesmos no mundo em que vivemos. Fazemos nossas escolhas da melhor maneira possível para atingir nossos objetivos e conseguir vantagens garantindo assim as condições favoráveis para buscar dia após dia um sentido de viver. O egoísta nem sempre é egocêntrico visualizando o mundo como ele é, sem fazer de seu umbigo o centro das atenções. Ser egoísta por inúmeras vezes se faz necessário, mas confundimos isso com atitudes de pessoas que não são apenas egoístas mas espertas, o que é muito diferente, mas tendemos a generalizar.
O esperto é aquele que além de priorizar a si próprio quer tirar vantagens das situações mesmo que prejudique o outro, sua necessidade de sair por cima é muito maior que a compaixão com os outros envolvidos na situação. É aquele que não sabe escolher, não consegue abrir mão, quer tudo e se preciso mentir, fará com a maior naturalidade e carisma inocente. Não percebe a grande ilusão que está criando para si próprio, sem saber viver conforme o que se passa em sua vida, não atingiu ainda a responsabilidade sobre sua vida e o caminho que precisa traçar para alcançar seus objetivos com júbilos, sem tramóias e sem prejudicar as pessoas que, em certas situações saem extremamente feridas e até decepcionadas com o esperto.
Mentiras são ferramentas perigosíssimas e que condenam o caráter do individuo, pequenas a grandes mentiras podem causar desastres em relacionamentos afetivos ou profissionais irremediáveis na sociedade em que vivemos, pois demonstra distúrbio de caráter, pessoa não confiável ou pouco sólida. Mentir é sinal que a vida não anda bem, sem plenitude, sem força. A base para evoluir é a percepção do agora, é estar pleno no momento presente, não hesitar entre o passado e o futuro, e menos ainda viver situação que não existe, mentir é fantasiar, criar vida em base inexistente, construir uma casa com tijolo de clara em neve, dirigir veículo sem volante. Mentir nunca é a melhor saída.
Tentar enrolar alguém com falsas promessas, iludir, tentar fazer com que se ganhe tempo para pensar no que se deve melhor fazer é enganar. Deve-se sempre ser o mais sincero possível principalmente nas relações afetivas onde a abertura para sermos verdadeiros é muito maior, podemos expressar nossas emoções e limitações sem o medo de perder crédito profissional. Quando se há amizade, carinho, respeito entre outros sentimentos, há também compreensão. Podemos dizer que o ser humano falho, corruptível, humano, incompleto, imperfeito, é capaz de compreender o outro por saber que em seu intimo também sofre das mesmas complicações sentimentais, passa por situações parecidas, sabe que é complexo e pode assim perfeitamente ajudar o outro a achar uma solução melhor. Sendo assim temos sempre a chance de sermos o mais transparente possível antes de nos arriscar numa falsa história.
A cada momento que se diz uma mentira, ou que se complementa uma outra e assim se cria uma história conduzindo os fatos a uma grande bola de neve, podemos imaginar quão grande será o fim quando se descobrir tamanha falsidade. Se você já passou por isso e aprendeu leia mais uma vez para não deixar passar nenhuma palavra, se você já foi enganado saiba que aprendeu muito se conseguiu observar a fraqueza e limitação do outro principalmente se conseguiu perdoar e aceitar, o que dependendo do que e como foi, é o mais difícil para nós seres humanos racionais e cheios de convicções pré estabelecidas, os pré conceitos.
Assim reflita se para sermos reais, não perfeitos, mas para sermos verdadeiros, temos de aprender a fazer escolhas e assumir as suas conseqüências de modo a encarar as verdades e transmitir o que sentimos, não adianta se encarcerar em ilusões, em aspirações futuras e imaginar coisas que não existem, viva a vida e sua realidade, é só isso que existe e nada mais.
Alessandra França
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